quarta-feira, 19 de março de 2008

(Des)Construção


Meus heróis morreram.Meus heróis não morreram.
Herói que não se imagina enquanto tal.
Que foi planejado.
Que é paradigma sentimental e,no entanto,descreveu-me,perfeitamente,a frieza.
Herói contraditório,apesar de tamanha bibliografia.
Que raspa o couro cabeludo,quando todos têm fios sedosos.
Herói,às vezes,pueril.
Cansado,também,do lirismo comedido.
Almejado por pedras.
Herói puto,rasgado e bêbado.
Herói que lacrimeja,que tem rugas
Que rima como pode e vende no ônibus
Aquele que consente e o que esmurra
Herói que toma,porque é cobrado
Herói dito louco quando criativo
E dito fraco,quando cauteloso
Herói aplaudido e difamado
Laico,nômade
Mortos de morte e de sorte
E,sobretudo,o herói que ainda não descobri
Para moldar,desmanche!

2 comentários:

Raio disse...

Para moldar desmanche...
e quando os fios sedosos atrapalharem a conexão entre a mente, o lado de fora e a mente do outro, deite os fios fora!

De um símbolo lindíssimo seu poema.

Roberto Rodrigues disse...

Um molde de mundo,um molde de humano...
Desmanchar é sempre preciso!
A estagnação nos faz fracos,cegos,não-humanos...
é preciso sempre mudar o rumo...dos olhares,dos atos,dos movimentos(não poderia deixar de comentar aquilo que permeia minha área...rs)...
é preciso pensar...de modo criativo,dialético,transformador...
é preciso (re)significar as ações humanas,o eu!!!