sexta-feira, 25 de abril de 2008

The End

O começo
A primeira exclamação
Interrogações
Muitas exclamações
Reticências
Ponto e vírgula
O recomeço
Reticências
Vírgula
Algo borrado na tela,identificável
Ponto final
Outra página.Em branco.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

.Sintetizando.

Dizem que os olhos são a porta da alma.
Meu olho é resistente.
Muda a fechadura da minha porta.
Você pode até ter a chave-mestra,mas terá entrado ilegalmente.

sábado, 19 de abril de 2008

Ingenu(idade)

Alternância ilógica de fases na vida.
Acreditar ou não em algo.
Ó,que resquício de esperança incoveniente!
E o pior de tudo é que não sei qual é pior:voltar à adolescência petulante e super questionadora,ou envelhecer as idéias.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Patrão

E eu,que não gosto do bom gosto,nem dos bons modos,venho com a calma dizer algo que foi escrito e reescrito,cantado e requentado,recantado e aquecido.
Venho como simples mortal,com uma feridinha.Ferida da qual tiro a casquinha e mexo,mexo até provar ao meu corpo que só se cura uma dor com outra.
Eu,que nem tenho uma dor agora,inventei ou hiperbolizei um fato qualquer para aqui vir contar.Eu,que me atino quando a imaginação me cutuca.Quando a crueza dos fatos me dão tchau.Eles saem para comemorar mais um dia cumprido,tal qual servidor que bate ponto todos os dias na hora marcada.Os fatos servem ao patrão destino.
Hoje,porém,sou meu patrão.Solitário,contando cores do meu mundo,solitário,traduzindo sentimentos,solitário.
No meio da gente apressada,parei.À frente das câmeras naturais rodeadas por cílios,dei meu show.Não falei nada,só pensei.Esse é o meu show.
Hoje sou meu patrão.Visto-me quando quero.Vejo-me despido em público.Rabisco obras de arte e vejo rabiscada a minha.
Sobre a cura que mencionei,ela é certeira.Escrevo aqui um devaneio inventado,ou um tão real que não sei mensurar sua fatalidade.Devaneio forjado,ou tão cúmplice do meu ser,que meu corpo não o distingue mais.
Mude a dor.Troque a pilha do cheiro que sente,da voz que escuta,da mão que o afaga.Mude o ferormônio,a droga à qual seu corpo clama veemente.

domingo, 13 de abril de 2008

Apenas um comentário

A poesia sai e pronto.Ela tem domínio sobre o poeta.Na vida é assim.A musa clama a palavra do poeta,que,por sua vez,é dominado pela força engasgada que a poesia exerce ao querer sair.É verdade,ainda há o fato de a musa chorar o silêncio do poeta.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Sem luz,sob olhar da câmera e em ação!

Não é razoável o "companheirada" ou "camarada",já que somos vítimas da tendenciosidade com que a mídia traduz esses vocativos.Gosto,no entanto,da carga de intimidade e intimação que os mesmos trazem consigo em um discurso.(Deixo claro também,que não estou relacionada a partido político algum).
Acho importantíssimo que alunos,professores e funcionários se posicionem e se manifestem,sejam a favor dos ideais colocados em discussão pelos representantes do DCE,ou o contrário.
Interessante a manifestação de hoje,dia 07/04/2008,no prédio lotado da reitoria da Universidade de Brasília.
É tempo de não se calar mais.
É hora de tentar reconstituir a imagem dos movimentos estudantis que ficou impregnada na sociedade.Em especial,a que transformou estudantes em porra-loucas e famosos rebeldes sem motivos.Não,pelo contrário,adornou-se as paredes locais com as pautas,os tópicos reivindicados hoje.(Quero falar,no entanto,sobre a cena em si e não sobre a essência,causa do fato)
Tópicos esses que foram votados por 1500 alunos,em assembléia deliberativa,para continuarem na lista oficial a ser divulgada e negociada junto aos representantes da administração da Unb.
Foram discutidos,pensados vários aspectos da manifestação e suas prováveis repercussões.Clara ficou a tentativa de se realizar uma reunião que se aproximou ao máximo da lógica democrática.Pontos de vistas diversificados,controle do tempo de exposição de argumentos...aliás,muitos argumentos em foco.
Faz-se necessário parabenizar àqueles que,ousadamente,ficaram as 96 horas no gabinete do reitor.
Que sofreram com a indignidade de permanecerem sem condições básicas para higiene e saúde.(Cortaram água energia do prédio duas vezes).
Felicitações ao representante dos futuros comunicadores sociais que esteve na ocupação.Atitude que mostra o quão temos que valorizar os estudantes que têm possibilidades de colaborar para a melhoria da informação que será passada para a sociedade.
Foi uma carga intensa de ânimo,de esperança lançada na comunidade acadêmica.
Enfatizo,no entanto,a tristeza com que olho as programações que noticiaram o ocorrido.Mostraram superficialidade,mais uma vez,as falas e ações.Gravaram tudo durante,pelo menos,as quatro horas de assembléia,mas as cenas mal foram ao ar nos jornais.Colocaram em evidência,termos pejorativos como "invasores,pancadaria".Por que não "manifestantes,resistência,persistência"?Bem,cada um nomeia de acordo com seus interesses,verdade.
Respeito e apoio são fatores dos quais precisamos.
A sociedade precisa ver sob prismas mais éticos o que tem sido pensado,feito e planejado.Isso seria possível com uma mídia mais comprometida,ou com os 1500 gritos cada vez mais vorazes.
Ah!Acredito na potência dos estampidos.
Na veemência com que colam os cartazes,na personalização ao pintarem os rostos.
Eu sou uma vítima da utopia ou uma sonhadora.(Isso me lembra Voltaire e um amigo cubano).
Uma cooptada pelos ideais ou uma otimista.
Tanto faz,mas eu estive lá.Eu vi.
Eu sei o que houve e não o que me foi mostrado.
Também levei empurrão de segurança.
E absorvi a energia despendida por ele ao fazê-lo.